sexta-feira, 10 de abril de 2009

CURSAR UMA "FALCULDADE"


“Faça seu curso em menos tempo.” Ganhe tempo, o mercado de trabalho não está para brincadeira.” “ o preço que voc~e pode pagar”.
Há uma invasão de slogans desse tipo pelas grandes cidades brasileiras, que são de “faculdades” particulares que estão tentando vender seu peixe.

As faculdades particulares estão ingressando com veracidade no mercado dos diplomas. É muito vantajoso abrir uma instituição de ensino superior. Sem preocupações didáticas maiores do que se fosse um colégio, as faculdades particulares encontraram um terreno fértil no atual cenário brasileiro, onde perder tempo é dinheiro e seu futuro. E a universidade pública é perca de tempo, como dizem.
Tal fenômeno de ensino superior privado teve sua fomentação na preocupação do Brasil em aumentar seu IDH de forma maliciosa. Pois para os que não sabem, um dos índices do IDH é o numero de universitários. Ou seja, não importa que faculdade o importante é estar nela.
Cursos como Direito, administração e alguns das áreas de saúde que são o sonho de muita gente são os mais oferecidos pelas universidades e mais procurados pela população.
O grade paradigma que temos é a qualidade destes cursos, visto que houve um aumento exponencial no número de faculdades, sem uma devida fiscalização de seu incremento e o reflexo disso serão pessoas mal formadas.
Existem sim muitas faculdades particulares boas, mas a grande maioria e as que fazem a maior publicidade e facilidade são as de menor qualidade.
Faculdades que oferecem cursos em menos tempo, ou aparentemente fáceis, levam uma boa quantidade de estudantes esperançosos em ganharem seu diploma e ganharem tempo frente aos outros, mas ledo engano.
Os cursos de direito, por exemplo, estão injetando na sociedade um quantidade grande de bacharéis mal formados, que erram coisas simples de legislação e ortografia. Algumas oferecem ate algumas cadeiras on line!

É extremamente preocupante o cenário que se forma, mas tudo isso é um mero reflexo de que o ensino público superior não consegue absorver a demanda estudantil, e os que sobraram ou não podem pagar bons colégios para ingressar num ensino público superior acabam tendo que recorrer a muitas faculdade de pé-de-escada.

Qual será o cenário do futuro? É impossível prevê-lo, mas a certeza é de um IDH mais alto, mas sem uma qualidade de fato de nossas instituições.
A esperança que temos é que as leis da natureza atuem novamente e que os mais fortes sobrevivam e as universidades que são apenas oefrecedoras de diploma e não se preocupam com a formção do estudante sejam engolidas. Mas se isto ocorrer, teríamos um cenário parecido ao que ocorreu com o ensino público fundamental: a decadência do ensino público e uma explosão de colégios particulares que absorveram a demanda de quem pode pagar por um ensino melhor.

O que não significaria uma melhora substancial, mas o reflexo de nossas políticas públicas de melhorar o ensino. O que, talvez, poderia nos alertar, mas seria tarde demais.


MARCELLO BORBA BORGES

Um comentário:

  1. bom tema abordado.
    a situação foi bem descrita;
    realmente estamos vivendo uma banalização do conhecimento e agente sabe que quando há uma exibição demasiada para as vantagens economicas outras áreas são negligenciadas.

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