quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Liberais e conservadores, um embate da monarquia?



Estudamos em história que nos tempos do imperador D. Pedro de tantos sobrenomes haviam dois partidos que manipulavam as opiniões e as alternâncias de poderes. Para nós parece até ridículo que houvesse tal situação que lembrava a barbárie de haver que ali alternância de poder, quando na verdade era uma grande dança de cadeiras.

No Brasil de hoje vejo o espelho do ontem, onde a classe média e alta continua debatendo quem vai assumir o poder e gerir o país, enquanto os esfomeados e pobres ficam esperando saber quem não vai cortar o bolsa-familia.

Lamentável seres numa democracia tão evoluída reduzirem os debates a saberem quem vai fazer mais para a classe pobre ou não, mas sem fazer uma mudança social significativa. Os grandes pontos deste país mal foram debatidos, ficamos num jogo de políticas onde imperava o poder da memória: “meu governo fez mil e tantas escolas, o seu fez mil e tantos hospitais.” O que devemos procurar saber não é o que foi construído, mas o que este fruto gerou, das mil escolas construídas tivemos uma diminuição no analfabetismo de forma clara e importante para o povo pobre?

Governar para a classe média é difícil, ela quer saber e ao mesmo tempo não quer saber de nada. Elas clamam para não terem vendas ou amarras em sua liberdade de expressão mas são cegas e ignorantes quando se trata dos problemas sociais.

Os candidatos de agora, todos, com duas raras exceções, foram simplesmente superficiais e metódicos no plano de vista de mostrar o quanto pode-se mudar a cara de um país. A economia é importante, a infra-estrutura pra copa é importante, mas a transformação do Brasil num país de menos miséria e injustiças deveria ser o carro chefe de um político. Mas a classe a que se destina isso não fala, é calada. A classe que mais precisa disso está nas esquinas segurando bandeira de candidatos a 10 reais o dia e um pedaço de pão. São peões deste jogo de xadrez no qual o seu papel é meramente votar, balançar bandeira, pedir uns trocados e voltar para casa como se a vida fosse assim mesmo.

Debater política no Brasil nunca foi algo pés no chão, acho que em lugar do mundo nenhum. O que há é um jogo de números e cores que só tenta provar que cor seria a ideal sem problematizar a real estrutura social do país.

Os jovens do Brasil que deveriam ser a grande máquina de opinião estão defasados. Não há juventude, o que há é um monte de robôs decorando leis, e sonhando com o dia que poderão ter 1 milhão na sua conta. Não há nada de errado nisso, o que há de frágil e deprimente é que esta juventude deveria estar tomando as rédeas da política mas se encontra apática e inofensiva, como um bom carro de bois, sendo chicoteada, sendo levada e jurando fazer um brilhante papel.

Vergonhoso dizer que é jovem e que só luta por si. Vergonhoso dizer que é jovem e não saber por qual motivo votou em candidato x ou y. Vergonhoso dizer que é jovem e não se importar com o futuro do seu país.
Vergonhoso dizer que é jovem e ser, na verdade, um bom saco de nada.