Exalto o Recife
fedorento e esquecido das prostitutas e dos cabarés.
O Recife feio, que
todos querem fingir que não existe, mas subexiste.
Exalto o Recife dos
engarrafamentos e da pouca mobilidade
Que todos protestam
para resolver e ninguém resolve.
Exalto o Recife do
calor infernal, que de rio tem o Capibaribe que já virou canal. .
Exalto o recife dos
camelos, dos ambulantes e dos feirantes
Que vendem produtos
de baixa qualidade
Nas vielas e becos
históricos.
Exalto o Recife escondido
debaixo das Pontes
Esquecido nas páginas
policiais
O Recife bom, o
Recife velho é apenas uma metáfora
Nas fotografias e
mentes dos Recifenses.
Exalto o Recife das
grandes construtoras que compram os casarões
E constroem edifícios
modernos, apagando a história
Exalto o Recife que
ninguém quer que exista e todos querem
Que não viva.
Mas ele pulsa, ele
fala, ele sobrevive e procria
Nas ruas e becos, nas
falas e gestos
Nas páginas dos
jornais
Nas lamas e nos
quintais.
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