terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Rapidinha.



E quando você encontra, ou reencontra outros escritores que trabalham produzindo artes poéticas para ninguém, ou quase ninguém, você se pergunta se é um encontro de poesias inacabadas ou poetas inacabados. A dúvida e o “ou” constante são apenas o mínimo reflexo da confusão que paira na mente deste ser que respira um verso, mas quase sempre cospe vogais soltas e num encontro desses, com velhos parceiros, simplesmente quer cuspir tudo o que digeriu do papo poético que teve.
A escrita perpassa não só pelo trabalho árduo de você conseguir colocar no papel o que sente, é também, ser capaz de transmitir para outros o que você pensa e aprender o que eles pensam. Sentamos num bar, conversamos pouco, os dias corridos roubam tempos de prazer e as palavras que gostaríamos de ter tempo de escrever: as palavras saem, mas surgem fatigadas pelo dia longo de cansaço.
Amizades não morrem, esfriam e basta uma chama que reacende. Nosso tempo de vida exige o ontem, pois para chegarmos no dia de amanhã devemos nos antecipar e termos “know how”. Já no tempo dos amigos, vivemos o ontem, pois o amanhã pode não chegar e precisamos dizer tudo que temos para dizer naquele curto espaço de tempo a que chamam de lazer.
E o tempo passou rápido, e como passou rápido, mal nos cumprimentamos na chegada com abraços e sorrisos, e já nos despedíamos prometendo um até logo, mas o até logo não tem um dimensão concreta e pode levar outros longos anos...

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