terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

EU SOU PSEUDO-INTELECTUAL!!


Bebi muito na fonte dos grandes escritores, tanto que fiquei três dias de coma alcoólico. Mas foi bom, existem males que vem para o bem.
Antes mesmo de dar meu 1° beijo já tinha lido Machado de Assis, Millôr e Nelson Rodrigues, e falando em Nelson, qualquer garoto que lê-lo entra em crise de existência, ele disse uma vez: “ um homem tem que nascer com 30 anos natos. Um garoto de 18 anos mal sabe dar um bom dia a uma mulher".
Vai ver ele tem razão, quando dei meu 1° beijo a garota já era professora, e nós tínhamos a mesma idade.
Realmente a mulher amadurece primeiro que o homem, é a vida! Mas voltando aos escritores....
É muito fácil criticar a literatura nacional e a latina Americana dizendo que elas estão acabadas e mortas. Qualquer pseudo-intelectual acenderia um cigarro e com o olhar nostálgico lembraria os nomes do passado: “ ah Bandeira, Borges, naquele tempo é que era bom...”
Concordo em partes, muitos bons escritores morreram e não surgiram outros para substituí-los a altura, ou pelo menos superá-los, porém existem outros que não morrem porque se morrerem sabem que para surgir um outro com 10% de seu talento levará umas 90 décadas. Neste exemplo se enquadra Millôr, o genial. Ele viu tantos nascerem e morrerem e por medo se conserva ainda vivo....
Mesmo assim a nossa literatura é muito boa, temos grandes escritores e grandes clássicos, desde Machado a literatura evoluiu muito, só não evoluiu mais porque um tal de Charles Muller resolveu chutar uma bola num campo e tirou nossos jovens poetas das salas de aula e os botou para suarem a camisa aos domingos. Dúvida? Já ouviu o Romário dizendo: “ o Pelé calado é um poeta”!
Se calado é um poeta, imagine escrevendo. Mas como diz a célebre frase: “o mundo gira, o mundo é uma bola”, perdemos um poeta e ganhamos três copas do mundo com ele. O que vale mais?
Na Argentina temos uma das literaturas mais sólidas e com grandes escritores do mundo, ouso dizer que a nossa perto deles se encontra no final do ensino médio, enquanto eles se encontram no 2° período de faculdade.
É triste eu sei, mas culpe Charles e não a mim. Pelo menos somos penta e não bi.
O escritor Jorge Luis Borges, que é um dos grandes mestres da literatura é Argentino, quem lê-lo se perguntará se este cara é humano, mas adianto logo, é Argentino.
Alguns podem gritar: “ ei seu comunista, nós temos Machado de Assis!”
Realmente temos Machado de Assis, e ele é bom escritor realmente, mas fora ele podemos citar ao longo de 100 anos no máximo algumas dezenas de bons escritores. Não digo que fazem sucesso, mas com qualidade.
Sim, antes de qualquer coisa, não gosto desse papo de quem é o melhor escritor, ou os 10 melhores livros da literatura mundial, qualidade literária não é possível de se medir em números. Estou apenas comparando a nossa literatura com a dos hermanos( não o Los Hermanos) e afirmando que eles possuem mais qualidade, só isso.
Só pelo fato de termos 1 Paulo coelho teremos uns 100 anos de atraso intelectual...
E afinal, do que estou falando aqui? Na verdade nada.
Estou apenas usando o exercício retórico que ando aprendendo aqui na casa de Tobias, ( grande Tobias!!) e jogando alguns conceitos literários aprendidos ao longo dessa vida. Na próxima falaremos mais de arte, agora foi apenas uma apresentação típica a que você encontra em a Hora da estrela, de Clarice Lispector:
Macabéia:
-oi ?
Olímpico de Jesus:
-oi !

obs: a foto de caetano é meramente ilustrativa, se você lembra bem, Diogo Mainardi o chamou de pseudo-intelectual de miolo mole. Então, é lógico que não poderia perder a piada.

3 comentários:

  1. Bom texto. Realmente, tanto a literatura brasileira como a de outros países latino-americanos é de boa qualidade e não devemos nada a ninguém nesse aspecto. Também concordo que Millôr Fernandes é um grande intelectual, mas não concordo que seja um grande literato, a não ser que se imagine que ele seja uma espécie de Pollock das letras: um ser fragmentário, impetuoso, mas extremamente contudente, criativo, interessante e subversivo. Abraço.

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