quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Os poetas estão morrendo


Os poetas estão morrendo

Os poetas estão morrendo
Estão usando terno e gravata
E protocolando documentos

Os poetas estão morrendo
Não escrevem poesias
Suas palavras também não são de amor

Os poetas estão morrendo
Estão nas filas de emprego
Ou nas repartições públicas
Recebendo Honoris causam
Pelo trabalho do mês.

Os poetas estão morrendo
Chegam tarde em casa
E não escrevem
Acordam cedo
Vivem na correria

Os poetas estão morrendo
O ser, a pessoa, o nome
Coisa simples, coisa perdida.

Os poetas estão morrendo
Satisfeitos com suas vidas burocratas
E seu status operandi
Vivem bem, escrevem mal
Os poetas estão mortos.

2 comentários:

  1. ninguém vive só de poesias hj nem de venda de livros... É preciso ser util ao mercado e trabalhar de outra forma, em outra área, o q o texto mostra bem as consequências.
    na agilidade do mundo de hj n há tempo p apreciar as diversas manifestações artísticas.

    Eduardo Constantino

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  2. O pior é que ao mesmo tempo em que se quer escrever o que está instrínseco, aquilo que de fato te retrata, o mundo vem e te chama à realidade. Você escreve para ser avaliado, e não apreciado.
    Até o gosto de escrever virou mercadoria...


    Os poetas, mortos, socializam para sobreviver...

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