sábado, 26 de fevereiro de 2011

O último canto do pássaro




Eu que era tão certo de minhas convicções
Do meu ponto de vista.
Eu que era tão certo sobre os destinos da vida
Sobre a vida e  a morte
Eu que era tão certeiro sobre as coisas do amor
Sobre as pessoas

Eu que parecia tão seguro e tão ciente de meu passos
Eu que jamais havia derrubado uma lágrima de dor
Me vi perdido, sozinho e sem filosofia.

Foi então que percebi que tudo que possuía não passava
De um pilar que ruiu por um simples detalhe, faltou-me a coragem de admitir que era humano.

E como humano também sofria das pequenas coisas
Mesquinhas e medíocres que batem na alma
Como humano eu também desconhecia muitas coisas
E sabia muito pouco de outras que achava que conhecia.

Mas eu, sempre tive opinião sobre tudo
Me vi sem opinião sobre pequenos acontecimentos
Tão simplórios
Onde está o senhor das filosofias e da verdade
Preciso reconstruir meu ser, toda a essência e uma vida.
Mas não há nada no momento, apenas dor.

O que pode nascer da dor?
Um filho? Uma revolta? Uma arma? Uma bomba?
Da dor nascem feridas e das feridas nascem objetivos

Eu que era tão cheio de mim
Me vi vazio olhando no espelho
Eu que era tão certo, tão completo, tão verdadeiro
Senti dentro do peito o vazio de uma alma medíocre.

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