Eu já tinha dito isso no início da semana, os eleitores de Marina
estão indo para o lado de Aécio. Tem gente que na hora de votar
para presidente vai digitar o “4”, mas ficará na dúvida se
coloca o “0” ou o “5”. Esse eleitor está morrendo de vontade
de mudar, mas ainda não declarou publicamente com medo de mudar o
avatar do facebook (sic). O eleitor de Marina é aquele eleitor do
“oba oba” que vai onde os outros forem, como se estivessem atrás
de um trio elétrico de axé. E claro, é o eleitor “anti-PT”
revoltadinho.
O cenário é catastrófico para Marina, nos últimos debates ela
apareceu abatida e ontem no debate de maior audiência ela foi
engolida pela aparição de seus adversários e engolida por si
mesma. Sim, quando disse que Dilma não poderia ser Presidente porque
ela nunca tinha sido nada antes, ela jogou no lixo o mote da “nova
política”, a mesma que elegeu o desconhecido Geraldo Júlio para
prefeito do Recife e que está(va) prestes a eleger Paulo Câmara
para o governo de Pernambuco. Foi engolida por si mesma quando falou
que o seu programa de governo parecia com o do PSOL, numa clara
tentativa de se parecer o que não é. A tentativa de agradar a todos
parece que não está dando certo, a onda Marina foi uma onda que
surgiu com a morte de Eduardo mas que não consegue se sustentar,
pois como já foi dito por um analista, saco vazio não se sustenta.
A verdade é que Marina está num partido no qual ela não acredita,
o PSB tem inúmeras divergências com a candidata, e a candidata
inúmeras divergências com as ideias do partido que está
representando, e por incrível que pareça, é um partido da “velha
política”.
Marina veio com o discurso ambientalista, que está meio abafado para
agradar o AGRONEGÒCIO; com o discurso do casamento civil
igualitário, que está abafado para agradar um segmento evangélico;
e tinha o discurso da “nova política” que ela mesma abafou
ontem. A candidata mudou 4 vezes de partido nos últimos 4 anos, será
que nenhum partido presta para ela? Do PT ela migrou para o PV, do PV
ela “criou” a REDE e desta ela correu para o PSB (mesmo sem
acreditar nessa política) apenas para não ficar fora da projeção
nacional, com a nítida demonstração de que o projeto político
dela não é coletivo, mas pessoal de poder.
Marina nunca representou e nunca representará uma “nova política”
até porque isso não existe. Isso é um chavão que foi criado para
pegar justamente o eleitor coxinha e revoltado com tudo e todos e que
adora frases de efeito, e que muda quando sente fraqueza. E isto é
o que está acontecendo com o seu eleitorado, mudando de ideia e
indo apoiar Aécio, numa tentativa desesperada de ser a última
esperança de tirar o PT do poder (sic).
Ninguém mais acredita no que ela defende, nem ela mesma como foi
claramente mostrado ontem. A grande contradição persiste, pois o
eleitorado dela que dizia “queremos uma 'nova política'” está
correndo justamente para o lado da política das raposas e liberais
tupiniquins do PSDB, com a política que parece Liberal, mas é mais
velha que a cartilha do “New Deal”. Pelo menos com Aécio Neves
há um debate político claro, ele e seu eleitor se dizem “liberais”
(o que é louvável), não é aquele discurso apolítico da Marina.
Lamentável, isso mostra a fraqueza dos argumentos de quem defendia
Marina Silva e dos argumentos da própria candidata que a cada dia
desfalece. A sorte dela é que o primeiro turno é Domingo agora, se
não ela levaria uma virada história do Aécio Neves e corria o
risco de ter menos votos que o Eymael. Nas pesquisas todos os
candidatos subiram, até Luciana Genro e Eduardo Jorge, exceto Marina
que perdeu quase 15 pontos. Talvez ela ainda vá para o segundo
turno, mas é notório que Marina se acovardou, se apequenou e
desfalece justamente na semana mais crucial para as eleições.